domingo, abril 15, 2007

Coadjuvantes de luxo

Chegar naquele lugar foi um exercício de paciência. O trânsito absurdo foi o primeiro adversário. Depois a chuva - que por sorte foi rápida - deu uma refrescada. Mas, assim como eu esperava, não teriam pessoas saindo pelos buracos do estádio. Conseguimos um lugar bastante bom - estávamos Barney, Ana e eu - na pista, óbvio (afinal, ver show em estádio das arquibancadas é uma heresia comparável a se usar um pandeiro em uma banda de rock). Posteriormente, leria reclamações sobre o som nas cadeiras e arquibancadas. O que era previsto. Só quem nunca foi num show em estádio acha que o som das cadeiras e arquibancadas (principalmente) vai ser bom. Quer ouvir, vai pra pista.

O show era pra ser do Aerosmith. Mas quem chegou antes não se arrependeu. O Velvet Revolver, de Scott Weiland (STP), Slash, Duff e Matt (Guns'n'Roses) e Dave Kushner (Wasted Youth), simplesmente detonou. Com cerca de 1h de show, o "Dream Team" do Hard, Glam, sei-lá-o-quê, Rock do final dos anos 80 e boa parte dos 90, mostrou que tem muito o que oferecer. Não sobrevivem à base de covers, com músicas próprias ótimas e um CD saindo do forno. Weiland tem uma presença de palco absurda, sendo um dos últimos da linhagem de Mick Jagger e Steven Tyler. Slash e Duff nem precisam de comentários. Continuam os mesmos. Gênios. E com direito a duas músicas do STP (Crackerman e Sex Type Thing) e do Guns (It's so Easy e Mr. Brownstone), magistralmente executadas pela banda. Destaque para Weiland, que em nenhum momento tentou imitar Axl nos covers de Guns. Fez os fãs da banda nem lembrarem que o Axl existe e pretendia vir ao Brasil esse ano.

Aí foi a vez dos quase sexagerários do Aerosmith entrarem no palco. Com uma energia incrível diga-se de passagem. Steven Tyler continua com a mesma voz de sempre e, o mais legal, ao vivo ela não é diferente das versões gravadas. Mas quem roubou a cena foi Joe Perry. O guitarrista cantou duas músicas, pulou na bateria, jogou a guitarra no chão e bateu nela com a sua blusa, no melhor estilo guitar hero. O set list frustrou um pouco, com a ausência de hits como Pink, Crazy, Amazing e Hole in my Soul. Mas a proposta da banda era essa, então não há muito do que se falar nesse aspecto. Ainda sobre o set list, a grande presença de baladas tornou o show romântico demais. O que mais se via eram casais dançando juntos.

No geral, o show foi ótimo. Valeu o preço salgado do ingresso, as horas de trânsito e a caminhada. Na verdade, parafraseando a campanha do Mastercard:

Ingresso do Show - 90 Reais
Ver ícones do rock mundial - Não tem preço

3 comentários:

Rodrigo Barneschi disse...

Volto a dizer que é inadmissível a ausência de "Crazy".

Rodrigo disse...

Volto a concordar com você.

Aliás, não vai escrever sobre o tema?

Sakher disse...

Ola Rodrigo! Quando vi qual era o assunto desse post simplesmente nao li! Nao quero mais ler resenhas sobre shows, show imperdiveis e que nao compareci por morar bem longe da capital.
Aerosmith, Coldplay, Oasis, New Order... perdi todos. O ultimo show que fui foi o U2 Vertigo. Sentiu o drama?

E ai, nao apareceu mais no meu blog... eu sei que nao é a pagina mais agitada da net mas as vezes vale a pena aparecer rapidinho, heheh

Abraço!!