"Ela não poderia estar aqui. Eu sei que isso parece machismo, mas eu sou machista. Isso aqui não é brincadeira, é futebol, então o que uma mulher está fazendo aqui?"
Mike Newell, treinador do Luton, da Segunda Divisão do Campeonato Inglês,
criticando a bandeirinha Amy Rayner, que atuou na derrota do time para o
Queen´s Park Rangers por 3 a 2
Remeto essa frase lamentável à atuação da bandeirinha Ana Paula de Oliveira no jogo de domingo. Quantos torcedores santistas não disseram isso? O que os jogadores falaram pra ela no momento do impedimento mal marcado? São dúvidas que ficam. Mas ela errou, é humana e o principal: fez o que nenhum arbitro (a) fez até hoje: admitiu um erro publicamente. Ganhou um castigo e deve voltar a bandeirar normalmente.
Agora o que eu não entendo é a proteção da mídia para a cidadã. Ok, ela é uma ótima bandeira e tal, mas já mudou resultados em dois clássicos (ano passado num Corinthians e Palmeiras e agora no Santos e São Paulo no domingo). Está sujeita às falhas como qualquer outro bom árbitro ou bandeirinha, mas ao contrário dos outros, não é esculachada quando erra. Parece ter uma proteçãozinha extra.
Com isso pergunto: isso é por que ela é mulher? Se isso proceder, não seria uma forma de inferiorizar a moça?
Mais uma da nossa querida imprensa esportiva marrom...
10 comentários:
Você já deveria esperar por essa opinião que segue agora:
Sou contra a presença de mulheres no futebol. Peço desculpas à sua esposa e a todas as mulheres que freqüentam este espaço, mas futebol é lugar de homem. Pelo menos dentro de campo. Não é machismo nem nada, visto que eu considero as mulheres muito mais capazes do que nós. É uma questão de adaptação ao ambiente.
Você se refere ao clima mais "indelicado" do futebol masculino? Tipo xingamentos e tal?
Também a isso. E ao fato de que existe futebol feminino exatamente para que as mulheres sejam as árbitras (que horrível!) e assistentes.
Veja o exemplo de todas as brincadeiras de educação física (vôlei, handebol, tênis, queimada, boliche, sinuca etc.): as mulheres apitam os jogos femininos e os homens, os masculinos.
Simples assim...
Misturar não dá certo!
Prometo que vou ignorar o seu comentário sobre o vôlei.
Daqui a pouco você fala que F-1 é brincadeira de educação física também. Queria eu que nas minhas aulas dessas tivesse uma mesa de sinuca ou um carro de F-1 pra gente "brincar"...hahahahaha
Bom, no meu colégio as aulas eram separadas...até em horários diferentes...
Polêmica!!!
Mulheres no estádio. Sim ou não, interrogação!
Sinto que devo repassar a você, Almeida, o apelido de "Milton Neves dos blogs". Pois este post foi gerado com o claro propósito de provocar polêmicas.
Eu já previa as reações exacerbadas (e fiz questão de me desculpar de antemão), mas reitero tudo o que foi dito.
Mulheres no estádio? Sim. Na arquibancada, na numerada ou na tribuna. De preferência com moderação, pois os exageros podem comprometer a concentração dos torcedores.
Mulheres no campo? Não. É pra isso que existe futebol feminino.
E, Almeida, F-1 não é brincadeira de educação física, visto que envolve máquinas inadequadas para o contexto. Está mais para uma atividade recreativa.
Bom, vou me limitar a comentar o post, e não o comentário que abriu essa série (pq, convenhamos, a habilidade para arbitrar ou bandeirar partidas independe de sexo).
Então, concordo que a Ana Paula não seja escrachada, uma vez que suas boas atuações são infinitamente superiores numericamente. Mas que ela é excessivamente protegida pela imprensa, isso não há dúvida. Por ser mulher? Sim, também. Mas, mais do que isso, por ser bonita. Ou alguma vez a Silvia Regina foi poupada? E, sendo mulher, é com pesar que eu atesto isso.
Bom, não preciso citar a brilhante frase do Arnaldo C. Coelho: "ela errou? Sim, mas ela pode, afinal ela é bonita"...
Preciso?
Eu não consigo deixar de comentar!
Não sei por que o tênis foi incluído entre as brincadeiras de educação física, já que na minha escola não havia. E acho que em pouquíssimas há. Mas enfim...
Só para lembrar, Venus Williams foi eliminada de Wimbledon em 2004 porque o juiz de cadeira (sim, um HOMEM) cometeu um erro crasso contra ela a favor da croata Karolina Sprem. A norte-americana foi eliminada. Só um exemplo de que homens e mulheres podem apitar jogos uns dos outros. E erram, igualmente.
Só para ficar claro: jamais coloquei em xeque a competência e a habilidade da Ana Paula (ou da Silvia Regina ou de qualquer outra profissional). Não é isso.
Vou deixar ainda mais explícito: Ana Paula Oliveira é competente. E talvez a Silvia Regina também seja. Isso não quer dizer que elas devam apitar (ou bandeirar) jogos de futebol masculino.
Inclusive eu pergunto: por que deveriam?
Cada um(a) na sua. Para evitar problemas, polêmicas, discussões e sexismos.
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