quinta-feira, fevereiro 01, 2007

A gorda e a Veja

Antes de mais nada, quero dizer que não sou preconceituoso. Não julgo pessoas pela raça, cor, credo e peso. Nem por quaisquer outros atributos. O termo "gorda" serve apenas para diferenciar a pessoa entre as demais. Poderia ser loira, alta, magra....enfim. Quem for comentar me chamando de preconceituoso, acho que já deixei claro que não o sou. Apenas quero deixar claro que odeio pessoas mal-educadas. Do fundo da minha alma quero que elas morram de alguma forma extremamente dolorosa. Feito esse prefácio, começo minha história.

Quarta-feira, 31 de janeiro de 2007. 19:15. Estação Sé do metrô.

Estou eu voltando para casa após mais um dia de trabalho. Um pouco cansado, é verdade, o que implica em uma diminuição da minha dose de tolerância. A estação Sé significa duas coisas para mim:

1 - o trem vai ficar mais vazio
2 - poderei sentar e seguir a viagem ouvindo música

Pode parecer bobagem, mas é importante para mim. Pois bem, as duas coisas aconteceram. O trem esvaziou e um lugar sobrou. Antes de sentar, vejo se não tem nenhum idoso ou alguém com qualquer tipo de necessidade especial que precise realmente do lugar. Feito isso me acomodo.

O problema começou quando eu me aproximei do local e uma mulher de meia-idade, peruésima, estava sentada. Ao chegar perto do assento, a distinta senhora prontamente, como num reflexo, pulou para o lugar mais próximo da janela - local que nunca fiz questão de ocupar nem nos meus dias mais egoístas. Feito isso, se acomodou de forma que uma das suas pernas ocupava metade do assento vizinho - no caso o meu. "Ok", pensei,"quando eu sentar ela vai um pouco pro lado". Quem disse?

A perua (para não usar um termo mais pejorativo) literalmente se esparramou no lugar, como se ocupasse o sofá da casa dela. E como ela era mais "fofa" e eu não estou no auge da minha forma física, ficamos num embate durante algumas estações. Ela com espaço sobrando do seu lado e invadindo a minha porção do assento e eu me equilibrando e tentando ouvir meu MP3. Música me acalma - talvez por isso nem tenha tentado forçar uma conquista territorial. Pois bem, minha única intenção era ter uma viagem tranquila. Até que (não vou resistir) a gorda resolve abrir um exemplar da "revista" Veja (ela se encaixa bem no perfil de quem lê esse aborto semanal) e começou a folhear, bem lentamente, matéria por matéria.

Nesse momento, tive o lampejo de começar a olhar descaradamente a revista, na esperança que a senhora adiposa percebesse que tinha uma pessoa do seu lado. Não deu outra: a doida começou a passar as páginas numa velocidade que nem ela conseguia ver as imagens. Até que, voilà, ela para numa matéria que reflete bem o que é encontrado nessa revistinha lixo:

Fotologs: como adolescentes viram modelos de conduta através dessa ferramenta (ou algo do tipo - fiquei com tanta vontade de rir que esqueci o título dessa merda).

Rídiculo. Uma pessoa ridícula, lendo o expoente da porção mais ridícula da classe média brasileira. Nesse momento, parei de me incomodar com o meu estado de sardinha enlatada. Deixa a pessoa ficar no seu mundo idiota. Deixa ela achar que é melhor que as outras. Ela, seus quilos a mais, seus brincos-anéis-e-pulseiras, a infelicidade com a vida aparente em seu rosto e a Veja. Que combinação!!

****

Quando acho que acabou, hoje acontece outro episódio. E, por mais que pareça perseguição minha, não é!

Duas mulheres, de meia-idade e também gord - deixa pra lá - entram no vagão onde estou. Atropelam as pessoas - para não dizer que foram mal educadas, pediram, ou melhor, sussurraram a palavra "licença" - e finalmente atingem o tão sonhado balaustre. E fazem isso rindo, como se fosse a coisa mais natural e legal do mundo. Deixaram um rastro de pessoas aborrecidas e mesmo assim acham normal. Lamentável.

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