terça-feira, maio 30, 2006

70 ou 82?

"Todo mundo sabe que futebol arte é coisa de viado".
Com essa frase Eduardo Bueno inicia seu livro sobre o Grêmio, que divide com o Inter o posto de principal time do Rio Grande do Sul. O futebol gaúcho é tradicionalmente conhecido pela sua "pegada" e nesse aspecto a equipe gremista nunca deixou de ser um típico representante de sua terra.
Ironia é o melhor jogador do mundo ter sido revelado no Grêmio. Ronaldinho Gaúcho é, atualmente, o maior representante do futebol arte. Do futebol samba. Do futebol brasileiro.
E é justamente esse futebol que levamos para a Copa da Alemanha. A partir do momento que a equipe é formada com o famoso "quadrado mágico", nota-se que a vocação é realmente o ataque. E, sendo esse quadrado composto por jogadores do naipe de Ronaldinho Gaúcho, Kaká, Adriano e Ronaldo, conclui-se que além de atacar, a seleção tem de tudo para fazer isso com estilo.
Mas o que me preocupa é o fato de que as duas últimas conquistas brasileiras em Copas do Mundo ocorreram com um time montado em função da marcação. Era assim em 1994, quando Parreira chegou a armar um time com três volantes. Em 2002, a equipe comandada pelo gaúcho Felipão jogou em um 3-5-2. Dessa forma, as subidas de Roberto Carlos e Cafú ao ataque eram cobertas pelos zagueiros e volantes, permitindo um time equilibrado em campo.
Será o "quadrado mágico" o maior ponto fraco do Brasil? Sim e não. E a resposta depende da atitude dos jogadores em campo. Jogar com quatro jogadores de forte vocação ofensiva implica em sobrecarga na marcação SE os membros desse quadrado não ajudarem a defesa. Kaká faz isso no Milan e Ronaldinho Gaúcho terá que fazer também. Em contrapartida, acumular funções de ataque e defesa pode resultar em um desgaste físico maior. E, na minha opinião, aí que mora o perigo.
Por outro lado, o fato de manter quatro jogadores de talento indiscutível (e ainda tem o Robinho no banco) em campo, que sozinhos podem decidir qualquer jogo, deixa qualquer treinador adversário de cabelo em pé. A conseqüência é que, mesmo que não ajudem na marcação, os membros do quadrado segurarão alguns jogadores com eles, evitando que o time adversário saia em bloco para o ataque.
Caso a seleção vença a Copa, será a primeira vez desde 1970 que o Brasil é campeão jogando com uma seleção ofensiva. Vale lembrar que essa filosofia não deu certo em 1982.
Fica então a dúvida: a seleção do quadrado está mais para 70 ou para 82?

terça-feira, maio 16, 2006

GTA São Paulo

Creio que vocês conheçam a polêmica série de jogos para videogames chamada GTA, ou Grand Theft Auto - numa tradução mais livre, "O Grande Ladrão de Carros". É um jogo muito legal e divertido, sobretudo para as pessoas que não se deixam influenciar pelo personagem que encarnam durante a partida.
O jogador é um criminoso que tem como objetivo fazer carreira no crime, aumentando sua reputação. Para tal, o jogo oferece missões, desde roubar carros até metralhar a polícia e gangues rivais. Você também pode ter pontos de venda de mercadorias contrabandeadas, de prostituição etc, e com isso, fazer aquela caixinha extra que te ajuda na hora de comprar armas. Se não quiser abrir uma rede de estabelecimentos, pode-se conseguir dinheiro espancando cidadãos e traficantes pela rua da cidade.
Uma das exigências dos membros do PCC, durante essa guerra urbana ocorrida em São Paulo, era que 60 televisores de tela plana pudessem ser instalados nos presídios. Pois bem, eles compraram os aparelhos e os terão em suas celas. Poderiam aproveitar e comprar alguns Playstation 2, juntamente com o jogo GTA (pode ser o San Andreas, que é mais "do gueto"). Até eles ficarão impressionados com a semelhança da cidade e o clima caótico do jogo com a São Paulo do último final de semana.
Agora é bem mais fácil rir...
Não vou fazer nenhuma análise da situação. Aliás, o ocorrido nos últimos dias é complexo demais para um texto de blog. Envolve teorias, pensadores, ciências e teses que tornariam esse texto denso demais. Principalmente porque, para quem vive o pavor e a insegurança na pele, teoria é o que menos importa.
Espantando a crise
Vencemos. Com gol chorado, nos último minutos, com pênalti duvidoso contra, contra o adversário, a torcida....enfim, fomos o Corinthians que devemos ser. Se não vai na técnica, vai na raça.

terça-feira, maio 09, 2006

Perda de tempo

É incrível como perdemos tempo em São Paulo. Ontem, na minha habitual volta pra casa, confundi as linhas Imirim e Pedra Branca. Peguei a segunda, quando deveria ter pego a primeira. Resultado: o busão foi para o lado oposto ao que eu queria, o que me rendeu uma caminhada e uns 5 minutos a menos do meu tempo livre diário.
Quem lê "5 minutos" acha que é pouco. Mas para uma pessoa como eu, que perde cerca de 3 horas do dia no transporte público, cada minuto salvo é importante. Achei que essa perda toda de tempo era um "privilégio" de quem mora nas regiões mais inóspitas da capital paulista. Mas cada vez mais eu vejo que não é. Lógico que a distância influencia, mas eu diria que, se a pessoa não mora bem perto do seu trabalho, dificilmente ela demora menos que 1 hora para ir trabalhar e outra hora para voltar para sua casa.
Qual o resultado disso? Mais stress, menos tempo para atividades físicas, menos tempo para a família, menos tempo para a namorada, menos tempo para se divertir. A pessoa fica mais triste. A rotina se torna um monstro assustador.
A solução para São Paulo é, unicamente, o metrô. Não adianta termos mais linhas de ônibus. Isso só entupiria de vez as já infartantes avenidas da cidade. Também não adianta termos rodízio de placas. Um transporte público eficaz atrairia a atenção das pessoas, fazendo com que elas usem esse meio em detrimento ao seu carro. Convenhamos que um ônibus atual, além de não oferecer conforto nenhum, não atrai ninguém pela sua eficiência.
Retiro
E o Timão está no Paraná. Fugiu dos torcedores (errado) e da imprensa (não muito errado). Quem sabe o ar do sul acalme os ânimos dos jogadores e façam eles jogarem o futebol que sabem. Os treinamentos têm sido feitos no CT da Brisa.
Se isso vai ter algum efeito, eu sinceramente não sei. No final das contas, um pouco de tranquilidade não faz mal pra ninguém.

segunda-feira, maio 08, 2006

Já era esperado...

O time joga bem e em 5 minutos perde. O time pressiona durante 3/4 do jogo e desmorona após um gol. O time tem um pênalti não marcado, manda bola no travessão, perde chances de gol, deixa o adversário acuado, mas de repente dá um branco e pára de jogar.
Coisas do futebol, coisas do futebol.
Me anima o fato de que, depois de quinta-feira, o time está menos em frangalhos do eu imaginava. Isso facilita um pouco as coisas.
Só o tempo consertaria esses problemas, principalmente porque sorte não se compra. E contra ela, fica difícil competir.
Fica esperto, Alonso!
Schumacher ganha a segunda seguida. Sorte? Não, competência. Até porque Schummy já abusou da sorte em seus 7 títulos mundiais. A verdade é que, depois de domingo, uma luz vermelha começa a brilhar na equipe dos carros azuis.
A principal característica da corrida de Nürburgring foi a tensão. Tensão enquanto Schumacher perseguia o então líder Alonso. Tensão quando o alemão ultrapassou o espanhol no segundo pit stop. Tensão quando Felipe Massa (que fez uma corrisa sensacional e conseguiu seu primeiro pódio na categoria) se via ameaçado por Kimi Raikkonen no final da corrida e, por fim, tensão quando Barrichello era pressionado por Fisichella e sua Renault também nas últimas voltas.
A chateação fica por conta de como o Schumacher conseguiu a vitória: nos boxes. Foi-se o tempo que Senna, Mansell, Prost e até o babaca do Piquet brigavam pela liderança na pista, durante 40 voltas.

sexta-feira, maio 05, 2006

Crueldade

Essa é a palavra que sintetiza o ocorrido ontem. Foi uma tragédia com requintes de crueldade. Que fosse eliminado, mas não em casa e de virada. Terminar o primeiro tempo vencendo, com time suficiente para massacrar o River e depois sofrer uma derrota vergonhosa é o que mais envergonha. É o que mais humilha.
Uma derrota dessa não é digna do time nascido às 20:30 do dia 1º de Setembro de 1910. Não é digna de um time que tem o melhor ataque do Brasil e um dos melhores do mundo. Não é digna de uma torcida que gritou 90 minutos, que incentivou o time como sempre incentiva. Não é digna de quem teve uma crise de gastrite nervosa por causa desse jogo.
Caímos de forma humilhante. Mas da mesma forma que tombamos, iremos nos levantar para tentar de novo. Não contamos com a sorte da escória do futebol paulista. Temos que vencer contra tudo e contra todos. Contra o provável e o improvável.
Se os chamados Deuses do Futebol se colocarem no nosso caminho, serão enfrentados com toda a fúria necessária. Jamais nos curvaremos. Isso é Corinthians. É dar murro em ponta de faca. É lutar contra o passado, o presente e o futuro. É ter força para levantar e seguir em frente. É ser fiel, ter honra e dignidade. E não ser torcedor apenas de finais. É acompanhar o seu time em qualquer lugar, do rádio de carro à televisão do bar.
O que mais me entristece foi o confronto entre a torcida e os policiais. Uma pena ver cenas como aquelas.
E para o jogo de domingo, faço uma previsão nada amistosa. Graças às provocações que o "super craque" Souza insite em fazer contra Corinthians e Palmeiras, haverá confusão em campo. Não que eu incite a violência, mas se eu fosse jogador do Corinthians no domingo eu terminaria ali com a carreira desse jogador. Sem dó.