terça-feira, setembro 11, 2007

Qual o sentido?

Depois de meses sem um post mais "pensativo", resolvi fazer um.

Após um retiro de dois dias no Rio de Janeiro (que fez com que eu expurgasse qualquer preconceito que tinha com aquela terra) e uma viagem de 13h na volta, tive a oportunidade de pensar sobre o meu modo de vida atual e em quê ele contribuiria para a minha formação enquanto ser humano.

A minha semi-conclusão não podia ser das mais animadoras. Qual o sentido de uma vida na qual você acorda às 7h30, sai de casa, vai trabalhar para o sucesso DOS OUTROS e retorna para casa moído, às 20h, pode ter? Nem vou comentar a parte de trabalhar em um outro emprego, de casa, após esse horário, já que isso - pelo menos - é divertido.

Nenhum. Nenhum sentido.

Chego numa fase que me sinto totalmente cansado. E isso tem muito a ver com a minha área, com o jornalismo e, mais especificamente, com o jornalismo corporativo. Quem foi o merda que inventou isso?

Ter clientes e ter que trabalhar pelo sucesso deles é a pior coisa que já inventaram. Clientes que querem botar banca em cima de você sem ter a MÍNIMA noção de como funciona o seu trabalho, então, nem se fala.

O resultado de tudo isso é o que eu, Rodrigo, passo aos 23 (!!) anos. Me sinto desperdiçado, com um potencial não utilizado e o pior, tendo que me sobressair em coisas que não são da minha competência.

Maldita hora que eu fui me enveredar pela área de Comunicação, que não passa de um campo sem lei, no qual todo mundo sabe fazer de tudo um pouco, mas que não sabe nada a fundo.

Pretendo mudar isso em breve, já que não tenho muito talento para ganhar na Mega Sena.

15 comentários:

Craudio disse...

Coisas do mundo capitalista. E hoje, além de jornalista, a gente ainda tem que fazer papel de telefonista, advogado, vendedor...

Tudo isso com um salário que não chega nem perto do decente.

Eu só trabalho porque tenho q sobreviver...

Anônimo disse...

Olha, devo dizer que a maioria das profissões tem dessas coisas. É difícil encontrar alguém que esteja realizado no trampo, e a maioria dos que estão tem de se matar para tirar o dinheiro do sustento. De qualquer forma, paparicar cliente não é legal. O jeito é vestir a camisa e ficar feliz quando você consegue emplacar o cara, mesmo que ele não dê o valor merecido.
O que eu sei é que eu tenho procurado algo além do trabalho para me fazer mais feliz. Cursos complementares são uma saída para distrair, adquirir conhecimento e focar melhor na área para a qual você quer ir. Quem sabe até descolar os freelas, mais capazes de trazer satisfação pessoal.
Rô, segue em frente onde você está e agradeça por ter um trabalho e ganhar a sua grana. Enquanto isso, procure essas formas de somente melhorar o que você já tem, que é muito bom, admita! Ou você gostaria de trabalhar no McDonald's como um McEscravo? Eu não.
Acho que é isso. Se precisar conversar, estamos aí. Eu ainda estou tentando me achar também. Não estamos sós nessa busca.
Beijinho

Bruno Miranda disse...

Valeu pelo site Rodrigo.
Abraços!!

Lucianat disse...

Ai dó!
Rô, eu acredito que as coisas se acertam, de uma forma ou de outra. Você tá procurando outras coisas? Não se acomoda, vai atrás. E tenta aprender o máximo nesse seu emprego porque alguma coisa a gente sempre leva!
Beijoca

Rodrigo Barneschi disse...

Cogitei a hipótese de deixar aqui extensas divagações sobre o tema que tanto aflige o ilustre bizinesman, mas conclui que seria esta uma medida inócua e contraproducente. Melhor é resumir tudo em única conclusão: o trabalho, meu caro, não faz o menor sentido.

Bem dizia o sábio Ramon Valdez, Seu Madruga para os últimos: "Não existe trabalho ruim; o ruim é ter de trabalhar"

Rodrigo Barneschi disse...

E viva o ócio remunerado!

Rodrigo Barneschi disse...

A propósito: notei a presença da palavra "prospects" em um release enviado por vossa senhoria. Vejo que, apesar de todo o discurso, você se vendeu ao mundinho corporativo.

Mude de vida. Acesse: http://www.eleuterio.com/bingo/

Anônimo disse...

Rodrigo, empatamos. Com a diferença que tenho 10 anos a mais que vc. Também sou jornalista, também trabalho na mesma área que vc, e a diferença é que trabalho cinco horas diárias há dois meses. Eu ganho bem pra nossa profissão, mas não sinto prazer algum em estar aqui, e enfrento EXATAMENTE os mesmos problemas que vc e tenho que encarar as mesmas "pessoas maravilhosas" que vc. Então, se vc achar uma forma de não enlouquecer nem querer matar ninguém me avisa, tá?:P FATO É QUE O SITE DAS F1GIRLS é hoje o que me dá prazer profissionalmente, foi esse meu escape pra não pirar por causa desse emprego.

Rodrigo disse...

Vejo que não sou o único. E acho interessante o caso da Gil, pq é muito parecido com o meu: minha válvula de escape tem sido...um outro trampo! Meio absurdo, mas real.

Sobre o uso da palavra "prospects", lavo minhas mãos. Regras internas.

E viva o ócio remunerado. Pena que, no meu caso, falte ócio e o remunerado não é lá essas coisas...

Rodrigo Barneschi disse...

Combinemos, pois, que a palavra "prospects" é um fato a se lamentar.

Por fim, devo ressaltar que acontece a mesma coisa com todo paulista que não conhece o Rio e, por isso mesmo, vive cheio de preconceitos. Basta conhecer uma vez para perceber que não existe lugar melhor no mundo.

Rodrigo Barneschi disse...

Pra finalizar de minha parte, uma última reflexão:

"Nunca confie em pessoas que dizem amar o trabalho e/ou que se realizam no ambiente corporativo".

Anônimo disse...

Bem... Tem um amigo meu que diz:
Sexo também é bom negócio, e o melhor da vida é o ocio. Este ócio!
Ele se refere ao ocio criativo. Ficar muito tempo em estado de inéria e quando se movimenta é pra mover montanhas... Bem se ajudou não sei, mas na minha opinião, alías minha opinião sobre você cê tá cansado de saber. E eu não rasgo seda, não! Se elogio é porque tem fundamento. Você é o cara! Cachaça!!! (isto foi um brinde.)

Anônimo disse...

finalmente entrei aqui.
bem, o rio é maior legal, convenhamos. principalmente qndo se vai com as pessoas certas, n se é assaltado e se é turista.
é rô, desabafo e tanto nesse post. o complicado é q vc precisa desse dinheiro.
eu por um lado queria trabalhar com pouco com jô pq, veja bem, saí da faculdade sem experiência nenhuma nessa parte. participei de jornaizinhos laboratórios e acabou. mas qndo vejo tudo isso, n só vc como o geral, fico desanimada. desanimadíssima. e cada dia passo a acreditar mais q prestar geografia foi a melhor coisa q fiz na vida. pelo menos até então. tem gente q me pergunta, afinal, o q vou ser qndo crescer, e fico mto irritada com essa pergunta estúpida. mas às vezes acho q a geo pode até abrir mais caminhos pra mim, até msm pro jô. só q o negócio é seguir com calma, ir levando a vida, construindo aos poucos. eu sempre digo: o q vier é lucro. vamos ver né.
bj
ps: ó jésus, ó jésus, iluminai meu amiguinho perdido.

Anônimo disse...

ah. devo dizer q a casa no post anterior é rosa.

Craudio disse...

Cara, prospects é foda...