domingo, janeiro 21, 2007

Review musical 2

Continuando o espaço inaugurado aqui na semana retrasada, escrevo sobre mais um álbum que mereceu destaque em 2006.

Arctic Monkeys – Whatever People Say I Am, That’s What I’m Not

Um fato curioso sobre o Arctic Monkeys, banda formada em Sheffield, Inglaterra, diz respeito à forma como a banda foi promovida até o lançamento do seu primeiro CD: através de fitas demo e de trocas de arquivo por programas como Emule, BitTorrent, Soulseek, entre outros. Dessa forma, em um primeiro momento a banda poderia se encaixar no verdadeiro conceito indie, que deveria se referir às bandas independentes e não a um estilo musical.


Esse status indie deveria desaparecer em 2005, quando a banda assinou com uma gravadora (a mesma do Franz Ferdinand) e se preparou para lançar comercialmente seu primeiro CD, Whatever People Say I Am, That’s What I’m Not. O álbum em questão foi colocado à venda em 2006, contendo dois singles que atingiram a primeira posição das paradas inglesas no final de 2005 e início de 2006. Esse status já seria um apelo interessante para se ouvir o álbum completo com mais atenção.


A expectativa criada não é à toa. Não há música pra se pular enquanto ouvimos o CD. O som da banda – que parece uma mistura de Franz Ferdinand, Panic! At The Disco e The Strokes, temperado com molho inglês (o que inclui um típico humor irônico nas letras e um sotaque carregado) – representa o que se tem feito de melhor no rock contemporâneo: ritmo empolgante, riffs marcantes e o uso inteligente de cada instrumento que compõe a banda (um virtuosismo sem exageros).


Seria injustiça citar uma música de um álbum completo como esse. Se puder, ouça ele por inteiro. Se quiser pegar uma ou duas músicas para “testar”, escolha as que eu já citei acima ou então Perhaps Vampires Is A Bit Strong But... . Whatever People Say I Am, That’s What I’m Not foi uma grata surpresa em 2006, que saiu da mesmice apresentada pela maioria das bandas chamadas de indie.


Pontos fortes:
- som que consegue se destacar no meio de tanta mesmice;
- rock visceral, “sem frescura” e com qualidade;
- o ótimo sotaque inglês se faz presente.


Pontos fracos:
- qual é o problema atual em se fazer músicas mais longas?


Veredicto:

Com um som que lembra o estilo dos Strokes, o Arctic Monkeys consegue ir além da maioria das bandas consideradas indies. O álbum de estréia é bastante interessante, trazendo um rock do tipo “plug and play”: guitarras e baixos no amplificador, uma bateria e uma voz. Dá a impressão que o som será o mesmo se ouvido no CD ou tocado em uma garagem. É uma das mais recentes representações do conceito “menos é mais”.

2 comentários:

Aninha disse...

Interessante, mas não fez muito o meu estilo musical. É o tipo de banda q pra mim "dá pra ouvir", sacou?

Rodrigo disse...

Hahahahahah "saquei". E pela sua gíria "sacou", vc deve curtir mais bandas anos 60 ou 70, mora?

Hahahahahahahha