quarta-feira, março 14, 2007

Machismo?

Começo esse post com uma citação que, apesar de interessante, eu discordo totalmente.

"Ela não poderia estar aqui. Eu sei que isso parece machismo, mas eu sou machista. Isso aqui não é brincadeira, é futebol, então o que uma mulher está fazendo aqui?"

Mike Newell, treinador do Luton, da Segunda Divisão do Campeonato Inglês,
criticando a bandeirinha Amy Rayner, que atuou na derrota do time para o
Queen´s Park Rangers por 3 a 2

Remeto essa frase lamentável à atuação da bandeirinha Ana Paula de Oliveira no jogo de domingo. Quantos torcedores santistas não disseram isso? O que os jogadores falaram pra ela no momento do impedimento mal marcado? São dúvidas que ficam. Mas ela errou, é humana e o principal: fez o que nenhum arbitro (a) fez até hoje: admitiu um erro publicamente. Ganhou um castigo e deve voltar a bandeirar normalmente.

Agora o que eu não entendo é a proteção da mídia para a cidadã. Ok, ela é uma ótima bandeira e tal, mas já mudou resultados em dois clássicos (ano passado num Corinthians e Palmeiras e agora no Santos e São Paulo no domingo). Está sujeita às falhas como qualquer outro bom árbitro ou bandeirinha, mas ao contrário dos outros, não é esculachada quando erra. Parece ter uma proteçãozinha extra.

Com isso pergunto: isso é por que ela é mulher? Se isso proceder, não seria uma forma de inferiorizar a moça?

Mais uma da nossa querida imprensa esportiva marrom...

11 comentários:

Rodrigo Barneschi disse...

Você já deveria esperar por essa opinião que segue agora:

Sou contra a presença de mulheres no futebol. Peço desculpas à sua esposa e a todas as mulheres que freqüentam este espaço, mas futebol é lugar de homem. Pelo menos dentro de campo. Não é machismo nem nada, visto que eu considero as mulheres muito mais capazes do que nós. É uma questão de adaptação ao ambiente.

Rodrigo disse...

Você se refere ao clima mais "indelicado" do futebol masculino? Tipo xingamentos e tal?

Rodrigo Barneschi disse...

Também a isso. E ao fato de que existe futebol feminino exatamente para que as mulheres sejam as árbitras (que horrível!) e assistentes.

Veja o exemplo de todas as brincadeiras de educação física (vôlei, handebol, tênis, queimada, boliche, sinuca etc.): as mulheres apitam os jogos femininos e os homens, os masculinos.

Simples assim...

Misturar não dá certo!

Rodrigo disse...

Prometo que vou ignorar o seu comentário sobre o vôlei.

Daqui a pouco você fala que F-1 é brincadeira de educação física também. Queria eu que nas minhas aulas dessas tivesse uma mesa de sinuca ou um carro de F-1 pra gente "brincar"...hahahahaha

Aninha disse...

Bom, vou apenas me manifestar uma vez pra evitar estress: não concordo com comentários como do Arnaldo "ela pode errar pq é bonita". Ridículo! Ela soube ser profissional diante do acontecido, assumiu o erro e se desculpou.

Agora também tem limite pra machismo. O próximo passo no Barney é proibir mulheres dentro do estádio. Não sei no colégio que ele estudou, mas no meu colégio não tinha essa divisão. Tanto meninos quanto meninas apitavam jogos independente de quem estivesse jogando, aliás, sempre foi incentivado times mistos. O que importava era ser bom, não o sexo da pessoa.

Sei lá, vai ver eu não sou a pessoa certa pra discutir guerra de sexo tb...

Rodrigo disse...

Bom, no meu colégio as aulas eram separadas...até em horários diferentes...

Polêmica!!!

Mulheres no estádio. Sim ou não, interrogação!

Rodrigo Barneschi disse...

Sinto que devo repassar a você, Almeida, o apelido de "Milton Neves dos blogs". Pois este post foi gerado com o claro propósito de provocar polêmicas.

Eu já previa as reações exacerbadas (e fiz questão de me desculpar de antemão), mas reitero tudo o que foi dito.

Mulheres no estádio? Sim. Na arquibancada, na numerada ou na tribuna. De preferência com moderação, pois os exageros podem comprometer a concentração dos torcedores.

Mulheres no campo? Não. É pra isso que existe futebol feminino.

E, Almeida, F-1 não é brincadeira de educação física, visto que envolve máquinas inadequadas para o contexto. Está mais para uma atividade recreativa.

Anônimo disse...

Bom, vou me limitar a comentar o post, e não o comentário que abriu essa série (pq, convenhamos, a habilidade para arbitrar ou bandeirar partidas independe de sexo).
Então, concordo que a Ana Paula não seja escrachada, uma vez que suas boas atuações são infinitamente superiores numericamente. Mas que ela é excessivamente protegida pela imprensa, isso não há dúvida. Por ser mulher? Sim, também. Mas, mais do que isso, por ser bonita. Ou alguma vez a Silvia Regina foi poupada? E, sendo mulher, é com pesar que eu atesto isso.

Rodrigo disse...

Bom, não preciso citar a brilhante frase do Arnaldo C. Coelho: "ela errou? Sim, mas ela pode, afinal ela é bonita"...

Preciso?

Anônimo disse...

Eu não consigo deixar de comentar!
Não sei por que o tênis foi incluído entre as brincadeiras de educação física, já que na minha escola não havia. E acho que em pouquíssimas há. Mas enfim...
Só para lembrar, Venus Williams foi eliminada de Wimbledon em 2004 porque o juiz de cadeira (sim, um HOMEM) cometeu um erro crasso contra ela a favor da croata Karolina Sprem. A norte-americana foi eliminada. Só um exemplo de que homens e mulheres podem apitar jogos uns dos outros. E erram, igualmente.

Rodrigo Barneschi disse...

Só para ficar claro: jamais coloquei em xeque a competência e a habilidade da Ana Paula (ou da Silvia Regina ou de qualquer outra profissional). Não é isso.

Vou deixar ainda mais explícito: Ana Paula Oliveira é competente. E talvez a Silvia Regina também seja. Isso não quer dizer que elas devam apitar (ou bandeirar) jogos de futebol masculino.

Inclusive eu pergunto: por que deveriam?

Cada um(a) na sua. Para evitar problemas, polêmicas, discussões e sexismos.